O ALUMÍNIO
A descoberta do alumínio é relativamente recente e uma das razões para isso é a inexistência deste importante metal no estado nativo. Embora seja o metal mais abundante na crosta terrestre, o alumínio é o metal mais jovem obtido em escala industrial. O alumínio constitui aproximadamente 8% dos elementos químicos existentes na crosta terrestre, ficando atrás apenas dos elementos oxigênio e silício.
Apesar dos persas fabricarem recipientes de argila que continham óxido de alumínio a 6000 a.C. e os povos do Egito e Babilônia utilizarem argilas com alumina para fabricação de cosméticos, medicamentos e corantes de tecido a cerca de 3000 a.C., a história do alumínio como conhecemos atualmente começa apenas em 1809 quando Humphry Davy fundiu ferro na presença de alumina.
Em 1821, o francês Pierre Berthier descobriu um minério de coloração avermelhada contendo cerca de 52% de óxido de alumínio na região da aldeia de Lês Baux no sul da França. Esse minério recebeu o nome de bauxita em homenagem ao nome dessa localidade.
A primeira obtenção industrial do alumínio por via química foi realizada pelo francês Henri Étienne Sainte-Claire Deville em 1854, sendo que, no ano seguinte, ele apresentou o primeiro lingote de alumínio em uma exposição em Paris, o que chamou a atenção por ser um metal muito mais leve que o ferro comumente utilizado.
Atualmente, a extração do alumínio é realizada por um processo eletrolítico descoberto pelo francês Paul Louis Toussaint Heroult e pelo americano Charles Martin Hall. Heroult e Hall, sem se conhecerem, inventaram ao mesmo tempo o procedimento que marcou o início da indústria global de alumínio.
No Brasil, as primeiras citações sobre a bauxita foram em 1928 na Escola de Minas de Ouro Preto. Já a primeira utilização da bauxita em escala industrial para a produção de alumina e alumínio foi realizada pela empresa ELQUISA (Eletro Química Brasileira S.A.) em Ouro Preto no ano de 1945.
OBTENÇÃO DO ALUMÍNIO
O alumínio não se encontra naturalmente na forma metálica, sendo obtido a partir do minério da bauxita, que possui de 15 a 30% de alumínio na sua composição química. Ao ser refinada, a bauxita se transforma em um pó branco chamado de alumina, a qual passa pelo processo eletroquímico de separação de Hall-Heroult, obtendo-se o alumínio primário
Algumas propriedades do alumínio como leveza, elevada condução de energia, resistência à corrosão, impermeabilidade, durabilidade, flexibilidade e resistência o tornam um material versátil que pode ser transformado com facilidade. Dentre as diversas aplicações podemos destacar:
- Embalagens de produtos farmacêuticos, cosméticos e higiene (tubos e bisnagas), de limpeza, bebidas e produtos alimentícios (latas, descartáveis, embalagens flexíveis, etc.).
- Produção de utensílios domésticos como panelas, panelas de pressão, assadeiras, etc.;
- Na construção civil em revestimentos, estruturas, esquadrias e coberturas;
- Indústria elétrica através de fios e cabos de alumínio para o transporte de energia elétrica por todo o país;
- Setor automotivo e de transportes como material estrutural em aviões, barcos e automóveis
Como todo o processo de obtenção do alumínio primário é bastante caro e trabalhoso, realiza-se a reciclagem do alumínio. O alumínio é 100% reciclável e pode passar por esse processo infinitas vezes sem perder suas propriedades. No processo de reciclagem do alumínio utiliza-se apenas 5% da energia total usada na produção do alumínio primário através do processo eletrolítico